Nuvem de gafanhotos a caminho do Brasil
Surto que está próximo de Corrientes, na Argentina, tem extensão de aproximadamente 80 quilômetros quadrados e pode se movimentar até 150km/dia
Uma nuvem de gafanhotos que avança rapidamente sobre a Argentina pode se aproximar da fronteira com o Brasil nos próximos dias. A praga chegou ao país pela província de Formosa, na divisa com o Paraguai, se deslocou sobre Chaco, Santa Fé e agora se aproxima de Corrientes, última província antes de chegar na fronteira com o Brasil, na região Oeste do Rio Grande do Sul.

Ataque de gafanhotos à plantação de milho.
Ataque de gafanhotos à plantação de milho. - Foto: SENASA

De acordo com a pesquisadora do Instituto Nacional de Tecnologia Agrícola (INTA), Daniela Vitti, a nuvem detectada tem extensão de aproximadamente 80 quilômetros quadrados e pode se movimentar entre 100 e 150 quilômetros por dia.
A pesquisadora explica que esta espécie é de um gafanhoto sul-americano (Schistocerca cancellata), que se agrupa em nuvens e se alimentam de praticamente todos os tipos de vegetação. Nesta fase adulta em que se encontram, sobrevoam grandes territórios, não causam muitos danos e, se provocam, são pontuais. Eles se reproduzem e desovam no solo, onde uma nova geração de gafanhotos eclode surge a partir daí.

Foto: Inta

No entanto, de acordo com o coordenador do programa nacional de gafanhotos do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agro-Alimentar (SENASA), Héctor Medina, uma nuvem de um quilômetro quadrado tem aproximadamente 40 milhões de insetos e "pode comer o mesmo que 35.000 pessoas ou cerca de 2.000 vacas por dia, afetando principalmente pastagens", declarou à MetSul.
A extensão da nuvem detectada pode chegar a 10 quilômetros. “Essa invasão pela qual estamos passando neste momento não é uma novidade, pois, nos anos anteriores, tivemos uma situação semelhante; era previsível que, em 2020, esse cenário se repetisse, estamos tentando acompanhar a situação”, explicou Medina.
O entomologista Milton Souza Guerra, falecido em 2015, já alertava sobre o risco de gafanhotos no início de 2000. Dizia que a próxima onda viria do oeste, pois a região do Chaco reunia muitas condições para a proliferação e que lá havia uma população importante desse inseto só aguardando por algumas circunstâncias que desencadeariam o nível de praga.

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